Apelo da JIVA – Junta Independente Voluntária Ambiental, pela conscientização e mobilização da sociedade, repercute nas redes sociais.

Há décadas convivemos com os incêndios florestais na Chapada e no sertão, sempre nos períodos de longa estiagem, o que recentemente ocorrem praticamente em todos os anos, sendo que, desde 1995 até os dias atuais, vivemos o ápice dos incêndios florestais, que devastam uma região rica em biodiversidade, sem que a população e autoridades locais possam fazer muito. A falta de equipes preparadas, ausência dos postos de bombeiros que atendam às demandas, fazem o cidadão assistir impotente a destruição. Ressaltando que os incêndios que hoje aniquilam grandes áreas, são oriundos de origem criminosa, negligência ou de causa desconhecida. As ações preventivas realizadas por valorosos combatentes voluntários, são limitadas pela falta de estímulo, seja do governo ou da sociedade, que muito pouco faz nesse sentido.

Desde o mês de julho de 2021, estamos acompanhando a repetição de uma tragédia anunciada em nossa região. Na Chapada Diamantina, os incêndios florestais são a expressão mais visível da crise ambiental que se agrava a cada dia no país e no nosso estado. Infelizmente, os números apontam que já superamos registros históricos de queimadas, elas têm se acentuado nos últimos anos, e as ocorrências de 2021 podem passar a figurar como maiores de todos os tempos. Diversos municípios do Território da Chapada decretaram estado de emergência por causa do fogo. Desde o final dos anos 90, a Chapada Diamantina tem registrado alarmantes números de focos e prejuízos ambientais. A omissão ou deficiência do Estado na prevenção e combate permitiu que os incêndios fossem muito mais longos, havendo grandes zonas em chamas durante quase todo o período de estiagem.

Nesse momento, os brigadistas voluntários estão dando apoio ao combate a incêndio florestal na região de Tanquinho, próximo ao aeroporto de Lençóis. O combate no local está sendo realizado de forma direta. Em Oliveira dos Brejinhos, o monitoramento permanece na localidade de ‘Serra Passo do Cavalo’. Os bombeiros verificaram uma queima descontrolada em uma área privada e foram realizadas ações e a orientação preventiva. Em Morpará, o combate continua nas ‘Serras da Ema’. Além disso, diversos outros focos espalhados por dezenas de municípios, com ênfase nas regiões de Macaúbas, Guanambi, Botuporã, Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Abaíra e entre Seabra e Lençóis, provocaram grande destruição em áreas de preservação ambiental.

Apesar de todo esse cenário de pavor e sentimento de impotência da sociedade, diante de uma situação calamitosa provocada por um inimigo devastador, existe resistência e boa vontade de pessoas que se indignaram e decidiram se unir no enfrentamento às causas e combate. A Associação JIVA – Junta Independente Voluntária Ambiental, constituída pela turismóloga Sirlene Rosa de Souza, o tecnólogo em Gestão Ambiental Edison Wander Salvador e a administradora Nelma Braz, ativistas que já atuavam em projetos socioambientais regionais,  se destaca pelas ações desenvolvidas na Chapada, acumulando experiência na logística, na contingência de emergência e na gestão de pessoas envolvidas nas ações de combate à incêndios florestais, visando a segurança humana e o trabalho racional com as instituições envolvidas.

VEJA VÍDEO RESUMO DO COMBATE AO FOGO NA MATA:

A Associação JIVA está mais uma vez engajada nessa missão de combate e criou um setor de apoio aos brigadistas florestais voluntários. Pessoas capacitadas que se apresentam para o combate e rescaldo de incêndios florestais, terão neste setor o primeiro projeto denominado “Kit básico de combate” para contribuir nas ações contra incêndios na Chapada Diamantina e região. Para isso, criou o ‘Projeto Kit de Combate a Incêndio Florestal Patrocinado’, que consiste na oferta de materiais e EPIs para o trabalho (mochila impermeável, conjunto jaqueta e calça padrão para combate, chapéu ou boné para cobertura e proteção, óculos amplos visão, bala clava, luvas, cinturão de guarnição e perneira rígida). A JIVA espera contar com patrocínios de pessoas ou empresas para contribuir com a composição destes kits, que estão orçados em R$ 321,00 cada conjunto.

Toda a proposta deste projeto tem como fundamento principal as orientações para aplicação da norma ISO 14000 que representa uma grande vantagem e reputação mostrando uma valorização e consciência superior pelo meio ambiente, elevando o conceito de todos os colabores e parceiros. A proposta surgiu a partir da filosofia de consciência do voluntariado e conservacionismo ambiental e sociocultural. Nossa reportagem foi acionada pela Amiga Adriana Amaral, de Ibitiara, competente profissional em consultoria às gestões públicas, que acompanha com muita preocupação os fatos trágicos provocados pelos incêndios e suas consequências danosas para o nosso ambiente. Conhecendo o brilhante trabalho da Associação JIVA, bem como a postura ética e comprometida do Jornal O Eco, além do seu alcance e respaldo regional, sugeriu a divulgação dessa entidade, que inclusive possui canais de interação nas redes sociais. Aos que se sensibilizarem com a causa e desejarem colaborar, entrem em contato: Whatsapp: (75) 9 9825 2516 e Celular (75) 9 98447646.