Para representar todas as guerreiras que ao longo da história, são símbolos de resistência, amor e superação em todas as atividades. Nossas homenagens nesse momento difícil para a humanidade, vai para essas profissionais que se doam no cuidado de pacientes vítimas do coronavírus.

Graças a uma árdua luta pelo direito à igualdade, ao respeito e oportunidades, batalha que vem sendo travada diante de todos os preconceitos em um mundo machista, contra os estereótipos que maculavam a figura da mulher unicamente no papel de submissão, que possuía a função exclusiva de ser esposa servil, mãe cuidadora e dona de casa exemplar, vem sendo vencida. A mulher contemporânea acumula vitórias como a sua inserção no mercado de trabalho, ampliação de sua liberdade sexual e reprodutiva, a conquista da independência financeira e dos direitos políticos.

No dia internacional da mulher, o Jornal O Eco repercute nesse espaço, uma homenagem a elas que são guerreiras e lutam diariamente ao lado de pessoas que nem conhecem contra um inimigo praticamente invisível: o novo coronavírus. Profissionais da saúde mulheres conhecem de perto o trabalho nos centros médicos espalhados pela nossa região, pela Bahia e pelo Brasil, no enfrentamento da pandemia da covid-19.  Após mais de um ano do surto de covid-19 no planeta, além das tristes marcas, milhões de mortos, outras consequências poderão provocar danos irreversíveis nas questões de igualdade de gênero. O que se teme, é que além dos danos físicos e psicológicos, essas mulheres que hoje atuam nas linhas de frente dos hospitais, não recebam o suporte necessário no mundo no pós-pandemia.

Nossa reverência nesse dia especial a todas as mulheres que nesse momento estão na linha de frente na luta contra a pandemia do coronavírus. A presença da mulher, nos mais diversos postos e funções nessa situação de calamidade, não é novidade para ninguém, uma vez que elas predominam no setor de saúde. Porém, após os seus plantões, muitas estão sendo afetadas de forma implacável, pelo contágio, preconceito, desrespeito, sem falar da dupla jornada que desenvolvem. Nas poucas horas de folga, são obrigadas a ficar em casa, muitas vezes isoladas dos filhos sem poder acompanhar atividades da escola, trabalham para manter seus lares e ainda são vítimas da violência doméstica durante os lock-downs.

Uma profissional médica, assim resumiu o que ocorre no interior dos Centros COVID: “Toda a equipe médica do hospital trabalha mais horas, mas as enfermeiras e técnicas de enfermagem são as verdadeiras heroínas”. Diz a Drª. Critina. “Elas realizam as tarefas mais difíceis e a maior parte da carga de trabalho. Os enfermeiros, em sua maioria mulheres, são nossas maiores apoiadoras, trabalhando em turnos sem fim com equipamentos de proteção especiais, o que é muito difícil de manter durante o trabalho. O trabalho delas nunca termina, desde a montagem dos leitos até a realização de terapias, a realização de exames e o preenchimento de documentos. Sou muito grata a elas”.

Os mesmos anjos da guarda que amparam doentes, consolam familiares, cuidam com amor e profissionalismo de pacientes desesperados, essas mulheres heroínas ainda são surpreendidas com as chamadas “novas formas de assédio”, seja psicológico, moral e até sexual. No Brasil desgovernado, onde o chefe maior da nação zomba da maior catástrofe da história, as mulheres servidoras da saúde, ainda sofrem com casos explícitos de desigualdade e discriminação na sua vida profissional e também na vida privada.

É preciso valorizar, aumentar a consciência sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres durante a pandemia, e buscar evitar que progressos já alcançados sejam perdidos. As mulheres estão liderando a luta contra Covid-19, por isso, o Dia Internacional da Mulher deve ser assinalado pela reflexão sobre o papel fundamental das mulheres durante a crise da covid-19. Todos devemos rechaçar e combater o preconceito, defender a igualdade de gênero e as políticas sociais, campanhas permanentes pelo respeito e reconhecimento à figura da mulher como um ser igual. Segundo a ONU, a pandemia mostrou a excelência das pesquisadoras espalhadas pelo mundo — caso das cientistas que sequenciaram o genoma do coronavírus em 48 horas, por exemplo.