Caso provocou comoção na população. Autoridades acompanham desfecho que trará esclarecimentos sobre atitude dos envolvidos.

Diretoria e profissionais do Hospital Municipal de Boquira, denunciaram na última quinta-feira, o estranho caso envolvendo uma mulher que deu entrada na unidade de saúde e após ser examinada, foi detectado um quadro de pós-parto. Ao ser questionada sobre o recém-nascido a mulher demonstrou nervosismo, sem explicar com clareza a situação.  Após investigação minuciosa, constatou-se que de fato, a mãe havia dado à luz em casa e enterrado o bebê no quintal.

De imediato, a direção do Hospital acionou a Polícia Militar que obteve a confissão espontânea da mãe, confirmando o parto e o sepultamento do recém-nascido. A guarnição se deslocou ao local indicado e encontrou o corpo do bebê, que foi enterrado pela própria mãe de forma irregular, em um buraco no Povoado de Arroz, zona rural da cidade. Foi então acionado o Departamento de Polícia Técnica, que realizou o levantamento cadavérico (perícia no local), encaminhando o corpo do recém-nascido para o IML de Bom Jesus da Lapa. De acordo com testemunhas, o bebê teria sido enterrado pela própria mãe com ajuda de um homem, na véspera do natal.

Autoridades locais e a Polícia Civil, aguardam o resultado da autópsia para saber se o bebê nasceu sem sinais vitais ou se foi morto após o nascimento. De acordo com juristas ouvidos pela nossa reportagem, caso reste comprovados os crimes de infanticídio com o agravante da ocultação de cadáver, tanto a mãe, como os outros envolvidos, podem responder judicialmente. De acordo com o artigo 123 do Código Penal, o infanticídio se caracteriza por matar o próprio filho logo após o parto, sob a influência do estado puerperal (depressão pós-parto). Se comprovada a autoria, os culpados poderão pegar de dois a seis anos de detenção.

Fontes ouvidas pela reportagem do jornal O Eco, afirmam que era uma gestação indesejada e que a mãe escondia a gravidez, tendo apertado a barriga. A própria mãe, em seu depoimento aos policiais e servidores do Hospital, dissera que por consequência teria tido um aborto. Após oito meses escondendo a gravidez, no dia 24 começou a sentir as dores típicas do parto, no banheiro da casa onde mora com avó de 94 anos, a parturiente então começou a gritar, pedindo por socorro. Ainda segundo os relatos, a avó idosa chega ao banheiro e verificou que a mulher havia dado a luz a um bebê. Daí em diante, as narrativas são confusas. Testemunhas afirmam que no depoimento, a mulher relata que deixou o bebê no banheiro por volta da meia noite, tendo se arrastado para a cama pois se sentia muito fraca.

Ainda segundo informações colhidas, no dia seguinte, a parturiente ligou para uma tia e um primo pedindo ajuda, solicitando que abrisse uma cova. Ela relata ainda, que a tia enrolou o bebê em um pano, colocou em uma sacola plástica azul e deu ao primo para enterrar. O mais esquisito de todo o depoimento, é que quando perguntada sobre o bebê, se estava vivo ou morto, a mãe diz não saber.

Fontes idôneas declaram que, a mulher em estado de choque com a repercussão do caso, alegou ao final que agiu desse modo, porque já tem um filho de 7 anos, ressaltando que quando teve esse filho a família não aceitou e por este motivo, até hoje reside com a avó. Há possibilidade de a mãe ter sido acometida dos sintomas dos transtornos no estado puerperal.

Geralmente a pessoa passa pela perícia médico-legal e avaliação psicológica para que se possa chegar a uma conclusão. As mulheres que já possuem algum antecedente psiquiátrico têm maiores chances de apresentar distúrbios mentais no pós-parto. As esquizofrênicas e bipolares, principalmente, necessitam ser monitoradas com mais cuidado. Evidentemente que até o momento, no caso em questão, tudo ainda será esclarecido, a começar pelo laudo pericial, que determinará a causa da morte.