Acusados foram capturados na Cidade de Araçás e em Simões Filho. A Líder quilombola foi morta na noite de 17 de agosto, no Quilombo Pitanga dos Palmares.

As forças de segurança da Bahia prenderam três suspeitos de participar da morte de Mãe Bernadete. Entre os três presos, está o homem que foi responsável direto por assassinar a líder quilombola. Ele foi preso na cidade Araçás, na região centro-norte da Bahia. Os outros dois homens foram presos em Simões Filho. Um deles guardava armas que teriam sido utilizadas no crime, enquanto outro estava em posse do celular da vítima. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 4, em coletiva convocada pela Polícia Civil, que contou com a participação do secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner. Mãe Bernadete foi morta na noite de 17 de agosto, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

Um dos presos teria apresentado aos policiais uma motivação para o crime, mas o secretário informou que essa versão ainda não foi confirmada. “É muito cedo para que possamos assumir uma motivação específica, podendo, inclusive, prejudicar as investigações em andamento”, pontuou. “A quantidade de pessoas envolvidas é prematura da gente estar dizendo. Exista a informação de dois executores, então pelo menos há mais uma pessoa envolvida. As investigações continuam e vão avançar, se houver mandante, qualquer outra pessoa que auxiliou, também vão ser alcançados”, falou o secretário.

Conforme a polícia, o suspeito de ser executor da líder quilombola tinha passagem pela polícia. Os demais não. Além disso, não há indícios de que eles tenham sido contratados por profissionais. Após a morte da líder quilombola, o governo da Bahia determinou uma investigação rigorosa. Conforme detalhado pela Polícia Civil, foram realizadas 64 oitivas e cumpridas 19 medidas cautelares. Além dos três presos, a operação também terminou com duas armas apreendidas, uma calibre 9mm e outra 765. As armas apreendidas compatíveis aos projéteis encontrados no local do crime.

Polícia Civil disse já ter alguns laudos de perícia prontos, mas novos elementos apresentados serão trabalhados em investigação. A diretora do DPT, Ana Cecília Bandeira detalhou quais os tipos de perícias já realizadas e utilizadas pela investigação. “A primeira perícia realizada é a do local do crime, e estamos trabalhando para a emissão desse laudo. E, a partir desse do local de crime, são solicitadas outras perícias. Uma delas é o exame do corpo da vítima, que foi feito e já foi liberado logo na semana seguinte, e da parte da balística. O que é isso? São, nos disparos de arma de fogo, ficam no local os projetos que não atingiram a vítima, bem como os estojos relacionados a esses projetos. Então, no local do crime, todo esse material foi coletado e encaminhado para a perícia. Esse laudo também já foi concluído, e já foi entregue à Polícia Civil”, contou.