Novo bloqueio representaria para a Ufba verba 36% menor em relação a seis anos atrás, considerando a inflação acumulada, refletindo na perda de R$ 80 milhões.

Estudantes e professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizaram um protesto em frente à reitoria da instituição de ensino, no Canela, em Salvador, nesta quinta-feira (6), contra os cortes de mais de R$ 2 bilhões no orçamento da área de educação feito pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Após a ação em frente à reitoria, os estudantes saíram em caminhada passando pelo Campo Grande e seguindo pela Avenida Sete.

O ato foi organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFBA e integra o movimento “Não ao Confisco do Orçamento da Educação”, promovido pela União Nacional dos Estudantes (UNE) em defesa do ensino público, que já programou novos atos contra os cortes entre os dias 10 e 17 de outubro nas universidades e Institutos Federais. E no dia 18, os estudantes vão realizar o “dia nacional de mobilização Fora Bolsonaro”.  

“Estamos todos, não apenas na Universidade Federal da Bahia, mas todo o sistema de ensino superior do Brasil, atônitos, surpresos, indignados com o corte feito agora sobre os orçamentos da universidade, é um bloqueio da ordem de 5,8%, que vai agravar ainda mais a situação que nós já estávamos enfrentando com o corte anterior”, disse o reitor da Ufba, Paulo Miguez. Tudo isso, sem falar na destruição de auxílios moradia, fechamento de restaurantes universitários, enfim, medidas que afastam cada vez mais os pobres das universidades públicas.

A comunidade acadêmica já organiza novas ações, como passeatas, revivendo os melhores momentos da política de rua, quando a cidadania tem a oportunidade de revelar seu descontentamento e impor sua vontade. Também os gestores das corporações de ensino, pesquisa e extensão, representados na associação Andifes, programaram reunião de urgência para verificar as melhores táticas a fim de reverter a sangria. Para se ter uma ideia da cicatriz, o recurso destinado para a Ufba seria 36% menor em relação a seis anos atrás, considerando a inflação acumulada, refletindo na perda de R$ 80 milhões.