Temor é de que em abril haja uma grande escassez de urnas para sepultamentos em diversas regiões do Brasil que vive a pior crise de saúde da história.

“Infelizmente iremos entrar em colapso”. É o que conta o representante da Associação Brasileira de funerárias, se referindo ao aumento gigantesco de sepultamentos por causa da Covid-19. Ele que também é dono de funerária, relata que recebe hoje dezenas de pedidos de sepultamento de vítimas da doença por dia, “a previsão é de que já no início do mês de abril, com a demanda crescente e sem vacina para todos, pode faltar caixão”. Por causa da alta nos casos de mortes e consequentemente de sepultamentos por causa da Covid-19, o representante do setor diz que todos os funcionários, estão preocupados com a sobrecarga física e psicológica. “Eu mesmo, vivo aflito com a segurança da minha família.  “Fico emocionado. Minha mãe tem um filho que trabalha no SAMU e um filho que é do ramo funerário. Nós saímos sem saber como vamos voltar”, conta.

“Desde o início da pandemia, nós começamos a sentir a diferença no fornecimento das urnas, afinal, ninguém imaginava o absurdo da calamidade que vivemos. Hoje a gente tem uma dificuldade muito grande. Eu fazia um pedido que chegava em uma semana e hoje chega em um mês”, relata. Já a Associação dos Fabricantes de Urnas (Afub), emitiu um alerta nacional sobre a possível falta de caixões se a demanda por enterros continuar crescendo, por causa da Covid-19. “Se continuar caminhando do jeito que está, no mês de abril, certamente vamos entrar em colapso”, segundo a Afub, o objetivo do comunicado é alertar que os fabricantes de urnas estão com a capacidade comprometida, por causa da elevada demanda e a consequente falta de matéria prima, o que poderá gerar atrasos nas entregas e o não fornecimento do material. Além disso, a associação informou também que os reajustes nos preços dos insumos para fabricar as urnas estão sendo constantes e impraticáveis.

Ressalta-se que os enterros das vítimas da Covid-19, são feitos de acordo com um protocolo sanitário de prevenção à doença. No entanto, apesar de todos os cuidados, esses profissionais lidam com o inimigo invisível e qualquer descuido pode significar infecção. O Ministério Público da Bahia (MP-BA), determinou que seja elaborado um diagnóstico funcional dos cemitérios municipais. O objetivo é esclarecer a demanda de sepultamentos antes e depois da pandemia da Covid-19 e a capacidade de enterramento dos cemitérios. O governo estadual também foi acionado para que tome providências e planeje tais atividades de forma a comportar a demanda.