“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”. O racismo continua latente na sociedade brasileira.

“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”. A conhecida frase da filósofa Ângela Davis é incisiva e, nos tempos atuais, pode até parecer batida. Mas jamais antiquada. O racismo continua latente na sociedade brasileira e passados 135 anos da “abolição” da escravatura, a população negra sofre cotidianamente, física e psicologicamente, as consequências desse período tenebroso da história do país.

Hoje, 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, além de homenagear Zumbi dos Palmares e enaltecer o combate ao racismo, é preciso visibilizar o legado do povo negro, famoso ou longe dos holofotes, que tanto contribuiu e contribui até os dias atuais para a construção do território brasileiro e por uma sociedade mais justa e igualitária. A data é extremamente simbólica, no entanto, é necessário que a mensagem seja reverberada todos os dias do ano principalmente pelas gestões públicas e representantes públicos. “Não podemos permitir que o 20 de novembro se torne uma data onde pessoas a usem para ganhar likes nas redes sociais, e depois, tudo volta a ser o mesmo de sempre. Precisamos exigir que representantes e gestões ponham em prática a luta antirracista através de políticas públicas diárias.

“Precisamos efetivar a Consciência Negra todos os anos em todas as esferas, nas escolas, nos livros. No Brasil, existem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), alterada pelas Leis 10.639/2003 (obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas) e 11.645/2008 (regulamenta a obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura. Afro-brasileira e Indígena), e as legislações das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012) e da Educação Escolar Indígena (2012). É isso que o 20 de novembro deve ter como foco e o os governos precisam entender para realmente fazer jus à luta antirracista”, explicou a socióloga Jandira Matos.

Apesar de no ano de 2003, o Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil ter se tornadou feriado após lei 12.519/2011, de Dilma Rousseff, a data não é unanimidade nacional. Ao menos 1.260 cidades brasileiras aderem ao feriado. Em Rio de Contas, por exemplo, cidade ícone da história em nossa região, por iniciativa dos Vereadores Célio Evangelista e Marinaldo, foi aprovada por unanimidade a Lei, que estabelece o dia 20 de novembro, como feriado municipal por lá, em homenagem a todo legado de lutas do povo negro. Infelizmente, o atual prefeito, que segundo informações, relutou em sancionar por ser de autoria de vereadores da oposição, hoje se utiliza de forma politiqueira, da justa homenagem de iniciativa da Câmara de vereadores, na tentativa de vendar a condição de pai da Lei que instituiu feriado municipal.