Ao invés de encarar de frente e com destemor a situação, chegou com o rabo entre as pernas, como mais um criminoso qualquer. Foi molenga, frouxo, fraco, pusilânime. Quem diria, né?

Thiago Brennand sempre se comportou como alguém orgulhoso da violência estúpida que praticava, acreditando estar acima dos outros, vendendo a imagem de invencível, com superpoderes conferidos pelo dinheiro na conta bancária e anos de supino. Alguém que defendia, sem corar a bochechas, colocar a mulher no seu lugar.

Preso e extraditado, chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos na tarde deste sábado (29). A “coragem” nas redes sociais (onde acreditava ser o pica das galáxias), nas academias de musculação (onde agrediu e arrancou o cabelo de mulheres) e no trato com quem o servia (em hotéis e restaurantes) deu lugar à covardia de usar máscara, boné e uma malha para esconder as algemas (necessárias devido ao seu histórico violento) ao sair do avião. Brennand se escondeu.

O Brasil é um país machista até o osso. E nós, homens, ensinamos sistematicamente as novas gerações a reproduzirem isso através de nossas ações na esfera privada e através das instituições que controlamos (apenas duas mulheres entre 11 ministros do STF, sério mesmo?) A falta de punição a pessoas como Brennand faz com que tantos outros sintam-se à vontade de repetirem seus passos, ricos e pobres.

Trazê-lo de volta para que seja julgado ajudará a deixar claro que o reinado dos machos inseguros e violentos precisa acabar, mas também não deixa de ser didático expor o que ele é de verdade. Nas horas mais difíceis é que as pessoas se revelam. Brennand, ao invés de encarar de frente e com destemor a situação, chegou com o rabo entre as pernas, como mais um criminoso qualquer. Foi molenga, frouxo, fraco, pusilânime. Quem diria, né?