A Universidade Federal da Bahia (Ufba) vai parar as suas atividades em pelo menos duas ocasiões nos próximos dias. Tudo por causa do grande corte orçamentário anunciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para todas as instituições federais do país. O movimento tende a ganhar força em todo o país até o mês de junho. Especialistas acreditam que a insatisfação com as ações do governo, ganharão as ruas, impulsionadas pela classe universitária. O ministro da Educação, Abraham Weintrab, inicialmente direcionou os cortes à Ufba, UnB e UFF, sob o pretexto de desempenho acadêmico insuficiente e “balbúrdia”; o bloqueio foi depois estendido a todo o ensino superior.

Professores e professoras, estudantes e servidores/as técnicos-administrativos/as realizaram nesta semana uma plenária unificada e um grande ato de rua em defesa da UFBA e da educação pública. A mobilização, construída pela Apub, AssUfba e DCE/Ufba, iniciou-se no pátio da Faculdade de Educação da UBFA, no Vale do Canela, e teve a participação do reitor João Carlos Salles e vice-reitor Paulo Miguez e também de parlamentares da bancada baiana. A professora Raquel Nery, presidente da Apub, apontou que o bloqueio se insere em uma série de medidas de desmonte e ataque a direitos que o governo Bolsonaro vem promovendo, a exemplo da Reforma da Previdência. Ela explicou como serão as duas paralisações pontuais já marcadas.

“Nós acabamos de aprovar as duas greves. São paralisações que vão ocorrer, mobilizações de um dia. A greve geral da educação contra a Reforma da Previdência será no dia 15 de maio e foi aprovada oficialmente pela nossa assembleia. A do dia 14 de junho tem um caráter diferente e não é só da educação, mas também foi aprovada por unanimidade pelos professores”, explica.

Ontem, a assembleia dos professores aprovou a paralisação geral do dia 15. “Ambos os movimentos pautarão a luta contra a Reforma da Previdência, assim como o desmonte da educação pública brasileira. A assembleia também aprovou uma série de atividades de mobilização, que incluem um mutirão de mobilização amanhã [hoje], também no campus de Ondina, plenárias nas unidades e aulas públicas”, disse a Apub em nota.

A reitoria da Ufba informou que a instituição federal possui atualmente mais de R$ 55 milhões em créditos bloqueados, comprometendo contas básicas para o funcionamento da universidade, como água e luz e também o pagamento dos/as servidores/as terceirizados.   O Diretório Central de Estudantes (DCE) da Ufba convocou para amanhã uma Assembleia Geral dos Estudantes, que acontecerá a partir das 17h30, na Praça das Artes (Ondina). “Convocamos todas e todos estudantes da universidade e os Centros e Diretórios Acadêmicos a mobilizarem seus cursos especialmente com passagens em sala, além de divulgação por e-mail e redes sociais. Esperamos vocês presentes para construirmos a resistência em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e de um projeto que garanta os sonhos do povo brasileiro”, declara o DCE, em nota.

A AssUfba também se reunirá em assembleia amanhã. Além dos cortes orçamentários, a reforma da Previdência também estará em pauta. “O governo não esconde que quer desmontar a educação pública, gratuita e de qualidade. O objetivo é sucatear para depois privatizar. Mas, as forças progressistas resistem. A mobilização do dia 15 é uma preparação para a Greve Geral convocada pelas centrais sindicais para 14 de junho”, informou a entidade.